quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Adoração e Mordomia Cristã

Um dos conceitos básicos da fé cristã é que, como adoradores, somos responsáveis por zelar e cuidar da vida que Deus nos concedeu. No Gênesis, o homem foi colocado pelo Senhor como mordomo da criação, mas perdeu esta capacidade pelo pecado. A salvação em Cristo trouxe de volta esta dimensão e a perspectiva existencial de cuidarmos e desfrutarmos da criação, relacionando a adoração com mordomia, em todas as áreas de nossa vida. Temos então que resgatar este cuidado por tudo que Deus nos deu e continua dando por Sua graça e amor, pois Ele é um Pai amoroso que tem prazer em nos compartilhar "toda boa dádiva". Temos que zelar como mordomos:

Pela criação: "No princípio criou Deus o céu e a terra". Estas são as palavras de abertura da Bíblia. Gênesis também fala que nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ele nos deu domínio sobre o restante da criação. Somos instrumentos cruciais de preservação e de cuidado com a natureza e com o ser humano. Relativismo e individualismo são inimigos desta ação. Somos como adoradores, agentes de transformação e temos que descobrir e balizar caminhos para o serviço cristão.

Pelo nosso corpo: Somos responsáveis pelo corpo que recebemos de Deus, habitação do Seu Espírito. Somos muitas vezes negligentes com nosso corpo quando não o exercitamos e não controlamos nossa alimentação, tanto em qualidade como em quantidade. Isto também é pecado, mas parece que somos tolerantes neste aspecto. Tratar de disfunções orgânicas, por exemplo, faz parte do cuidado desejável, como também a busca por uma melhor qualidade de vida. Lazer e descanso são fundamentais.

Por nossa mente e coração: Paulo escreveu aos Romanos que somos responsáveis em abastecer nossas mentes e corações com a Palavra de Deus. O cultivo da espiritualidade não pode ser negligenciado. O salmista recomenda a disciplina da leitura e meditação; precisamos buscar conhecimento e cultura, reflexões cristãs sobre todos os assuntos da vida, caminhos saudáveis para cultivar nossas mentes.

Por nossos relacionamentos: Toda a nossa vida é relacional. Primeiro com Deus, com a criação, com a família com a sociedade, com o próximo e conosco mesmo. Temos que buscar entendimento numa vida mais reta e justa, convivência pacífica, tolerância, exercício do amor, perdão, compaixão e comunhão e todas as dimensões da mutualidade cristã, que prevê até relações com nossos inimigos ou com os que fazem mal a nós. Cuidado com uma vida comunitária bíblica e saudável é importantíssimo.

Por nosso dinheiro: O princípio correto é que o dinheiro não é nosso, mas de Deus. Ele provê o sustento necessário por sua fidelidade e cuidado, não só para nossa manutenção digna, mas para abençoarmos a outro. Dízimos e ofertas são respostas de obediência, compromisso e amor a Deus, que trazem os recursos necessários para o sustento da obra de Deus, seja na igreja local, em missões, obras sociais, e que contribuem para a expansão do Reino de Deus. Dar e repartir é um ato contínuo de sacrifício, generosidade e sensibilidade e liberalidade que deve ser praticado com alegria.

Por nossos sonhos e projetos ministeriais e profissionais: Deus nos chamou como adoradores mordomos, para servir a Ele e ao próximo. Dentro deste prisma, nossa vocação, chamado e trabalho, habilidades e dons, foram dados por Deus para o coletivo e bem comum, para testemunho de Sua existência e presença, para a manifestação de Sua glória. Busquemos com diligência este saudável caminho de adoração.

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