sábado, 18 de dezembro de 2010

Eminem e Sodoma


“Desculpe mamãe...
Eu nunca quis te machucar...
Eu nunca quis fazer você chorar, mas esta noite, eu resolvi botar o lixo para fora..."(tradução aproximada)


Eminem, polêmico rapper americano, chocou o mundo quando cantou sua “homenagem” a mãe, destilando rancor, enquanto o clipe mostrava-o preparando a cova dela.


O clipe conta as agressões da mãe contra o cantor quando o garoto, suas bebedeiras, seus amantes, sua falta de carinho. Creio que ninguém imaginaria que um dia aquele fedelho maltratado e insignificante pudesse sobreviver, quanto mais denucniar ao mundo todo o que ela fez.


Ele não teve compaixão, nem soube poupar a própria mãe da vergonha pública, por não saber o que era isso. Não conheceu isso em sua formação.


O cantor é conhecido por seus relacionamentos problemáticos, e já teve casamentos destruídos. A própria mãe o processou com interesse apenas em conseguir parte de sua fortuna de pop-star.


As vezes penso em um mundo feito de gente construída em rancor. Gente que ensina a sua posteridade o que é dor, maldade e indiferença, prosperando de geração em geração a desnecessidade de compaixão.


Crescer em um ambiente hostil, onde ele repassará sua amargura para o filho, fruto de uma relação fugaz qualquer, onde tanto faz se ele vive ou morre.


A bíblia diz que o mundo caminha para isso, e mesmo para aqueles que declaram conhecer o Amor verdadeiro, esse carinho involuntário e nativo se escoará, sem parecer nunca ter existido.


Fica fácil entender o genocídio de Sodoma.


Quando ouço falar em Sodoma, não relaciono a prática homossexual. Penso na falta de condições que aquelas pessoas tinham em amar, que já comprometia até a mais tenra criança. Ali reinava o ego absoluto, onde o Eu era tudo, e o Eu Sou, nada. Gerações após gerações de gente nascida na maldade, e que só podia prosperar maldade.


Um mundo de pessoas mal-amadas, amargas e decepcionadas com tudo, inclusive com o que se conta sobre Deus. Onde meu desejo não pode ser brecado, onde minha libído não pode ser contida, onde o amor Eros virou um demônio que arrasta pelos cabelos quem quer, por onde quer.


Esse tempo vem, irremediavelmente, para nossa angústia e pano de saco.


Quando alguém diz Maranata!, sem saber pede para o tempo do fim do amor chegue logo: o amor que tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.


Por Zé Luís - Cristão Confuso

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