quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Os Apóstolos pós-modernos!

Tenho observado algumas igrejas, ministérios, pastores e também pessoas as quais admirava, ignorando completamente as escrituras, sendo extremamente não bíblicos! O que chamei heréticos envolvendo toda essa horda de Apóstolos, Pai Póstolos e agora a mais nova sensação do momento "PATRIARCAS", são na verdade "Cristãos pós-modernistas" em relação ao evangelho prefiro chamar de "neo-fariseus"!

Segundo o Dicionário Bíblico Universal, o termo apóstolo significa apenas "um mensageiro", a sua significação literal é a de ‘enviado’, dando a idéia de ser representada a pessoa que manda.
O apóstolo é um enviado, um delegado, um embaixador" (Buckland & Willians, p. 35).

A Bíblia de Estudo de Genebra também aplica esta descrição, dizendo que apóstolo "significa ‘emissário’, ‘representante’, alguém enviado com a autoridade daquele que o enviou" (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272).

Engraçada a posição do Rev. Caio Fábio mas verdadeira de que o termo significa apenas a um "garotinho de recados" e que se torna "portador de uma mensagem" mais nada. Portanto, só é "enviado ou mensageiro" aquele que guarda INALTERADA a mensagem daquele que o envia, se a mensagem é diferente da mensagem de quem o enviou… então não é enviado!

E este que deturpa, ignora, despreza, e não traz a verdadeira mensagem não pode ser considerado nem mesmo … office boy de Jesus.

Li pela net um artigo de Uziel Santana o qual afirma que a fundamentação dos pós-modernos está calçada em quatro pilares:

O relativismo, o liberalismo, o hedonismo e o consumismo.

O que se baseia as doutrinas errôneas sobre o apostolado, prosperidade, festas judaicas na igreja, re-batismos em Israel enfim … tudo é relativo! Pois segundo a interpretação de cada um… SERÁ?

Vejamos quanto ao Apostolado…

"O uso do termo "apóstolo" é quase inteiramente limitado ao N.T., onde ocorre setenta e nove vezes; dez vezes nos evangelhos, vinte e oito em Atos, trinta e oito nas epístolas e três no Apocalipse. Nossa palavra em Português, é uma transliteração da palavra grega apostolos, que é derivada de apostellein, enviar. Embora várias palavras com o significado de enviar sejam usadas no N.T., expressando idéias como despachar, soltar, ou mandar embora, apostellein enfatiza os elementos da comissão – a autoridade de quem envia e a responsabilidade diante deste.

Portanto, a rigor, um apóstolo é alguém enviado numa missão específica, na qual age com plena autoridade em favor de quem o enviou, e que presta contas a este". Jesus foi chamado de apóstolo em Hebreus 3.1. Ele falava os oráculos de Deus. Os doze discípulos mais próximos de Jesus, também receberam esse "título" em função do número que fazia paralelismo com as doze tribos de Israel. Jesus se referia a apenas doze tronos na era vindoura (Mateus 19.28; cf. Ap 21.14).

Depois da queda de Judas, e para que se cumprisse uma profecia, ao que parece, a igreja sentiu-se obrigada, no primeiro momento descrito em Atos, a preencher esse número. Mas na história da igreja, não se tem conhecimento de esforços para selecionar novos apóstolos para suceder àqueles que morreram (Atos12.2).

As exigências para que alguém se qualificasse ao apostolado, com o passar do tempo, não podiam mais se cumprir: "É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição" (Atos 2.21-22).

Portanto, dentre os melhores exegetas do Novo Testamento concordam que as listas ministeriais de I Coríntios 12 e Efésios 4 referem-se exclusivamente aos primeiros e não a novos apóstolos.
O testemunho de mais de dois mil anos de história é que os apóstolos foram somente aqueles doze homens que andaram com Jesus e foram comissionados por ele para serem as colunas da igreja, comunidade espiritual de Deus.

Tanto que o Pr. Ricardo Gondim afirma que os apóstolos pós-modernos e a orgia que se faz hoje nas igrejas tem a ver com a velha natureza humana que cobiça o poder, que se encanta com títulos e que faz do sucesso "pessoal" uma filosofia ministerial. Também segundo Augusto Nicodemus Lopes "Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos auto-nomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira." (Lopes, cf. blog do autor).

Eu só fico observando essa orgia de longe não dá para aceitar, essa maratona, essa aberração acontecendo nas igrejas e ministérios onde as pessoas disputam quem é o maior, quem está com a bola, quem é o Rei da Cocada Preta, quem está na vanguarda da revelação do Espírito Santo e quem ostenta a unção mais eficaz.

Isso é tão claro que os que recebem "título" de apóstolo são os líderes de ministérios que começam a aparecer mais, a despontar mais, a gerir grande soma de recursos e chamados de "pai e mãe de multidões".

Desse modo, vimos que, quanto ao relativismo talvez, o pilar fundamental da condição pós-moderna, acabou levando os pastores atuais a estabelecer que não existe mais a uma verdade absoluta quanto ao evangelho. A verdade pós-moderna é polimorfa, então, tudo depende do referencial da "doutrina", da visão, da igreja, enfim da cobiça do sujeito.

Em síntese, tenho que afirmar que para estes "neo-fariseus" pós-modernistas, o homem é a medida de todas as coisas, das que são e das que não são; não há espaço para Deus, para a simplicidade ou um ministério sem honra humana e a vocação e chamado agora são títulos ou prêmios a quem se sobressai em determinada igreja ou ministério. No atual estágio da história da igreja vemos que a igreja se VENDEU e acompanha a mesma trajetória do mundo como sistema humano.

As conseqüências desse malogro ao qual a igreja vem relativizando o próprio evangelho não é só conceitual ou doutrinário as conseqüências são desastrosas, pois se não há espaço para a VERDADE do evangelho não há CAMINHO e se não há caminho não existe VIDA, como conseqüência disso a palavra de Deus deixa vaga a idéia quanto a "VERDADE" que Jesus proclamou como sendo absoluta, incorruptível e invisível! Dessa forma o evangelho deixa de ter a principal importância como fundamento da fé, pois agora existe a "doutrina da igreja tal" ou ainda a célebre frase "interpretamos na nossa igreja dessa forma".

Aqueles que defendem esta posição não tem base bíblica forte, pois têm se baseado principalmente na má interpretação do texto de Efésios 4.11 para o uso do ministério apostólico para nossos dias. O texto de Efésios 4.11 diz: “E Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres”.

Para quem discorda de minha refutação, quero dizer que no contexto da epístola de Paulo aos Efésios, temos no capitulo 2 o texto que prova que este ministério não mais existe.

Efésios 2.19-20 diz: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular”.

Cristo é a pedra angular e os fundamentos foram postos pelos apóstolos e profetas. Os evangelistas, pastores e mestres são os responsáveis pela construção das paredes desta obra. Como bem explica Norman Geisler – De acordo com Efésios 2.20, os membros que formam a igreja estão ‘edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas’.

Uma vez que o alicerce está pronto! Jamais pode ser construído novamente. Constrói-se sobre ele. As Escrituras descrevem o trabalho dos apóstolos e dos profetas, quanto à sua natureza, como um trabalho de base” (Geisler, p. 375).

A Bíblia registra o uso do termo apóstolo a outros personagens. Russel N. Champlin explica que “há também um sentido não técnico, secundário, da palavra ´apóstolo´. Trata-se de uma significação mais lata, em que o termo foi aplicado à muitas outras pessoas, nas páginas do NT. Esse sentido secundário dá a entender essencialmente ´missionários´, enviados dotados de poder e autoridade especiais” (Champlin, p. 288, v. 3).

Se for o contrário disso temos a RELATIVIZAÇÃO do evangelho que "depende da ótica de quem observa" então poderemos afirmar que não existe bem e mal, verdade e mentira, belo e feio, certo e errado, vício e virtude, comportamento ético e anti-ético, responsabilidade e irresponsabilidade, submissão e rebeldia, e etc.. pois sempre vai depender do ponto de vista de cada um.

Quanto a Paulo em Efésios 4.1

Paulo não estava se referindo a estes homens, mas sim aos 12, Matias (que substituiu Judas Iscariotes), e a si mesmo. Estes compunham, juntamente com os profetas, o fundamento da igreja (Efésios 2.19-20).
Existiam duas exigências fundamentais para que um apóstolo fosse reconhecido para tal função:

1) Ser testemunha ocular da ressurreição de Jesus Cristo (Atos 1:21-22; Atos 1.2-3 cf. 4.33; 1 Coríntios 9.1; 15.7-8);

2) Ser comissionado por Cristo a pregar o Evangelho e estabelecer a igreja (Mateus 10.1-2; Atos 1.26).

Assim como Matias, que passou a integrar o corpo apostólico por ser uma testemunha, Paulo, que se considerava o menor, por ser o último dos apóstolos, contemplou a Cristo no caminho de Damasco (Atos 9.1-9; 26.15-18), onde ocorreu o início de sua conversão. Ou seja, ambos preenchem os pré-requisitos para tal função. No entanto, os que se intitulam apóstolos em nossos dias não se encaixam nos padrões bíblicos que validam o apostolado.

É interessante que, enquanto o Ap. Paulo refere-se a si mesmo como “o menor dos apóstolos” (1 Coríntios 15.9). Os atuais apóstolos têm por característica a fama e a ostentação do título. Tudo é apostólico! A unção é apostólica! Os eventos são apostólicos! As músicas são apostólicas! Nem de longe se assemelham com a humildade dos apóstolos bíblicos. Eventos, cultos e seminários se tornam mais interessantes quando a presença do Apóstolo Fulano é confirmada. É um chamariz: “venha e receba a unção apostólica diretamente do Apóstolo Beltrano”. Tais apóstolos têm se colocado como super-crentes, uma nova e especial classe da igreja, a elite cristã dos tempos modernos. Hoje existe de tudo um pouco neste balcão mercantil da fé: Apóstolo do Brasil, Apóstolo da Santidade, Apóstolo do Avivamento e até mesmo o mais popular apóstolo brasileiro, chamado por muitos por “Paipóstolo”.

Conforme disse o colega Ricardo Gondim…

"- Observem que não fomos chamados para termos ministérios bem sucedidos, mas para continuarmos o ministério de Jesus, amigo dos pecadores, compassivo com os pobres e identificado com as dores das viúvas e dos órfãos. Ser pastor não é acumular conquistas acadêmicas, não é conhecer políticos poderosos, não é ser um gerente de grandes empresas (negócios) religiosas, não é pertencer aos altos graus das hierarquias religiosas."

"- Pastorear é conhecer e vivenciar a intimidade de Deus com integridade. Pastorear é caminhar ao lado da família que acaba de enterrar um filho prematuramente e que precisa experimentar o consolo do Espírito Santo. Pastorear é ser fiel à todo o conselho de Deus; é ensinar ao povo a meditar na Palavra de Deus. Ser pastor é amar os perdidos com o mesmo amor com que Deus os ama.

Existem sim ministérios com características apostólicas, no sentido de missões (envio) e no estabelecimento de igrejas. No entanto, isso não faz de ninguém um apóstolo nos padrões bíblicos.

Wayne Grudem explica esse fato: “Embora alguns hoje usem a palavra apóstolo para referir-se a fundadores de igrejas e evangelistas, isso não parece apropriado e proveitoso, porque simplesmente confunde que lê o Novo Testamento e vê a grande autoridade ali atribuída ao ofício de ‘apóstolo’. É digno de nota que nenhum dos grandes nomes na história da igreja – Atanásio, Agostinho, Lutero, Calvino, Wesley e Whitefield – assumiu o título de ‘apóstolo’ ou permitiu que o chamassem apóstolo.

Se alguns, nos tempos modernos, querem atribuir a si o título ‘apóstolo’, logo levantam a suspeita de que são motivados por um orgulho impróprio e por desejos de auto-exaltação, além de excessiva ambição e desejo de ter na igreja mais autoridade do que qualquer outra pessoa deve corretamente ter”. (Grudem, p. 764).

É equivocado aplicar o termo “apóstolo” para ministros contemporâneos.

A Bíblia de Estudo de Genebra concluí que “Não há apóstolos hoje, ainda que alguns cristãos realizem ministérios que, de modo particular, são apostólicos em estilo. Nenhuma nova revelação canônica está sendo dada; a autoridade do ensino apostólico reside nas escrituras canônicas” (Bíblia de Estudo de Genebra, p. 1272). Tamanho o fascínio que os crentes possuem por essa Restauração Apostólica, gera preocupação nas lideranças mais sóbrias. Vale citar as sábias palavras de Augusto Nicodemus Lopes: “Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos auto-nomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira.” (Lopes, cf. blog do autor)
O que existe são ofícios que o Novo Testamento expõem para a igreja, para aqueles que compõem sua liderança, são: Apóstolos, Pastores (ou Presbíteros, ou Bispos – já que todos os termos representam a mesma função/ofício – Tito 1.5-7; Atos 20.17,28) e Diáconos.

Esta Restauração Apostólica não encontra subsídio bíblico ou histórico, portanto, levando em conta este contexto, e considerando principalmente que Paulo foi o último apóstolo, conclui-se que não existem apóstolos em nossos dias.

PALAVRA ABERTA AOS APÓSTOLOS, PAI-PÓSTOLOS, TOLOS E AGORA PATRIARCAS… se não fosse o absurdo teológico nem mesmo tenho argumentos para falar desse último e prefiro colocar toda essa moçada aee e classificá-los como NEO-FARISEUS COMTEMPORÂNEOS E MODERNOS.

Referências
Buckland, AR. e Willians, L. Dicionário Bíblico Universal. São Paulo: 2001. Editora Vida


Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo: 1999. Editora Cultura Cristã. Geisler, N. e Rhodes, R. Resposta às Seitas. Rio de Janeiro: 2004. CPAD. Champlin, RN. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, v. 3 e 4.São Paulo: 2002. Hagnos


Grudem, W. Teologia Sistemática. São Paulo: 1999. Edições Vida Nova.

AGIR – Agência de Informações Religiosas – http://www.agirbrasil.com/


Augusto Nicodemus Lopes – http://tempora-mores.blogspot.com

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